
Sinopse
O Humanismo, as lutas pela liberdade, a glória e o sofrimento de o “Fantasma da Abolição” em A Redenção de Antônio Bento (Reality Books), escrito por seu bisneto direto, Luiz Antônio Muniz de Souza e Castro, tendo como coautora Débora Fiuza de Figueiredo Orsi, é a primeira biografia de um dos maiores abolicionistas da História do Brasil.
Para contar a vida e obra de Antônio Bento (1843 – 1898), os autores mergulharam em pesquisa profunda e criteriosa, em fontes primárias, dando luz a um verdadeiro herói nacional pouco reconhecido, mas que, justamente por isso, concedeu aos autores a chance de levar aos leitores os bastidores da luta contra a escravidão, o comando da Ordem dos Caifazes, a Hospedaria dos Negros – em contraponto à Hospedaria dos Imigrantes -, o Quilombo do Jabaquara, o jornal abolicionista A Redempção, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, e tantos outros fatos da época.
O volume traz fotos, documentos da vida de um juiz que foi considerado por Joaquim Nabuco “o John Brown brasileiro”, e memórias do bisneto atento e colecionador de tudo o que dizia respeito a Antônio Bento. Essa ponte foi facilitada porque a viúva do herói, na prática, foi mãe de seu pai. Asseguro que os leitores terão ricos momentos de diferentes emoções: surpresa, revolta, admiração, riso e também lágrimas.

Sobre os autores

Luiz Antônio Muniz de Souza e Castro
Autor e bisneto direto de Antônio Bendo de Souza e Castro
Nasci e resido na cidade de São Paulo.
Meu pai, Bento de Souza e castro, foi criado pela viúva de Antônio Bento, D. Benedita Amélia.
O herói tem sua vida relatada de forma fidedigna e documentada neste livro, em que se mostram os bastidores da escravidão, um infernal que O País viveu por três Séculos e meio.
A biografia de Antônio Bento – o Oskar Schindler brasileiro que salvou milhares de vidas – é uma viagem no tempo; é a história do Fantasma da Abolição.

Débora Fiuza de Figueiredo Orsi
Coautora
Oriundos da mesma escola, nos anos 60, nunca poderia imaginar que, tempos depois, ganharia do então sisudo garoto Souza e Castro um presente tão valioso: a coautora deste livro.
Imenso privilégio! A trajetória do abolicionista é riquíssima. Tive acesso à documentação que me fizeram refletir, rir e chorar, em diferentes momentos.
Por minha formação, foi empolgante também conhecer melhor a vida e obra de fundadores da Academia Brasileira de Letras, grandes vultos da História com quem Antônio Bento tinha forte ligação – de amizades e ideias.

Prefácio
Recordar Antônio Bento é fundamental para todos aqueles que lu- tam e almejam um Brasil democrático, fundado nos valores iluministas oriundos da Revolução Francesa. Um Brasil que não comungue, em momento algum, com a injustiça. Um Brasil que seja solidário.
Li, com enorme prazer, este belo livro sobre Antônio Bento. Curio- samente, no início dos anos 1990, na Biblioteca Mário de Andrade, no centro de São Paulo, estava pesquisando o jornal O Estado de S. Paulo. Naquele momento, escrevia a minha tese de doutorado sobre Canudos, a comunidade e a guerra de 1896-1897. Ao ler o Estadão – manusea- va as edições originais! – buscava compreender historicamente aqueles anos, o republicanismo que já estava no poder desde 1889 e a crise polí- tica que marcou boa parte do quadriênio Prudente de Morais. Buscava também ler os artigos de Euclides da Cunha, e não só aqueles que de- ram origem ao célebre Diário de uma expedição, publicados em forma de livro somente meio século depois, com uma excelente introdução de Gilberto Freyre. Em meio à pesquisa, encontrei em um dos exemplares do Estadão uma menção a Antônio Bento. Já o conhecia historicamen- te das minhas leituras sobre o abolicionismo em São Paulo. Admirava sua ação. Admirava a Sociedade dos Caifazes. Admirava sua coragem e ousadia. Mas, para mim, sua vida era um mistério. Quem ele era, como se formou a sua ação revolucionária no abolicionismo, seu pensamento político, e como se posicionou após a Proclamação da República?
Muitos anos depois, visitando o cemitério da Consolação, estava gravando uma série sobre a história do Estado de São Paulo, e, próximo à entrada, vi o túmulo de Antônio Bento. Chamou a minha atenção a alegoria. Na hora, fiz a associação com os Caifazes. Disse isso aos cole- gas da TV Cultura que me acompanhavam nas filmagens. Novamente, recordei as perguntas não respondidas sobre Antônio Bento e que vi- nham desde o final do século passado.
Posso dizer, com tranquilidade, que todas as minhas dúvidas foram sanadas pelo excelente livro de Luiz Antônio Muniz de Souza e Castro e Débora Fiuza de Figueiredo Orsi. Pesquisadores rigorosos, foram atrás das fontes primárias, enfrentaram obstáculos comuns àqueles que desen- volvem trabalhos históricos no Brasil – parodiando Euclides da Cunha, o pesquisador é antes de tudo um forte. No final, entregam ao leitor uma biografia completa que reapresenta aos brasileiros esse personagem injus- tamente esquecido ou, se preferirem, não suficientemente reverenciado.
Convido a todos os que se interessam pela História do Brasil a ler A Redenção de Antônio Bento. Tenho certeza de que irão gostar. Have- rão de admirar esse cidadão brasileiro comprometido com os valores do humanismo e da liberdade. E que colocou em prática seus princí- pios, enfrentou os poderosos e venceu.
Prof. Dr. Marco Antonio Villa
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